domingo, 25 de março de 2012

Capítulo 30

Enfim decidi que participaria do concurso da livraria, pois o tema me chamou a atenção. A proposta era criar um texto que pudesse servir de exemplo para as pessoas e que ao mesmo tempo ajudasse a criar o mundo que vivemos um lugar melhor em que se pudesse conviver bem com as diferenças de cada pessoa. Tive a ideia de fazer um texto que ajudasse Marcelo, mesmo que ele não merecesse, sempre vinha na minha cabeça vinha a minha amizade com sua avó e que se algo ou alguém o fizesse sentir melhor logo ela ficaria mais feliz e tranqüila. No regulamento constava que a pessoa teria que criar um pseudônimo e que caso o nome verdadeiro de quem escreveu fosse revelado antes da divulgação da final do concurso essa pessoa seria classificada. Também gostei da parte da escolha do vencedor em revelar sua identidade ou manter seu pseudônimo. Júlia acha que eu devo revelar no final que eu sou a autora do texto e que ela tem certeza de que eu serei a vencedora. Não estou confiante assim, mas animada para escrever algo relacionado a Marcelo que ao mesmo tempo ajude também outras pessoas a se sentirem melhor. Terminei de personalizar os meus cadernos e comecei a escrever o rascunho do texto do concurso. Fui interrompida por minha irmã que estava tentando contar vantagem da sua popularidade e da sua nova campanha na agência. Mas eu não dou mais a mínima pra isso, logo as pessoas vão perceber o quão falsa ela é e vão a ignorar com o tempo.Já Marcelo que está preso no seu passado eu não sei quanto tempo vai querer acreditar na verdade que sua cabeça inventou de que minha irmã é o que ele pensa.Talvez ele fique com essa ideia para sempre,pois cada um tem seus próprios pensamentos e modo de ver a vida por mais estranho que seja.E a questão de ele preferir acreditar na verdade de que Letícia é mesmo a dona do caderno por causa de sua aparência ou outra coisa que ele se sente preso a ela já não me afeta mais e eu nem sei porque já me afetou algum dia.Começar a namorar com Gustavo me fez ver a vida de outro modo e agradeço muito de o ter conhecido pois caso esse encontro não tivesse acontecido talvez eu não estaria tão bem assim e entregado os fatos que minha vida não faz algum sentido e perdido todas as oportunidades que conquistei e que com certeza estão por vir.É difícil as vezes mas Gustavo do meu lado deixa tudo mais fácil.Só acho engraçado como ele consegue agüentar o melhor amigo, mas acho que não preciso entender bem até porque mesmo com tudo que Marcelo já fez para abaixar minha auto-estima eu continuo querendo ajudá-lo a sentir melhor pois ele e ninguém merece conviver com os dias tão cercado de culpa e frustração da maneira que ele vive. Antes eu pensava que esse meu modo de pensar era uma coisa ruim e que as pessoas me fariam de idiota, mas na verdade guardar rancor de alguém e não ajudar uma pessoa por causa de suas diferenças com ela não leva a lugar algum, pelo contrário você mesmo é afetado com isso. Nesse momento eu pensei que meu texto deveria continuar com essa ideia que acabava de ter. Anotei no rascunho para continuar depois, pois tinha algumas tarefas de casa para realizar. Uma outra coisa que eu acho que seria interessante colocar nesse texto é em como as pessoas ficam presas nelas mesmas por medo do que as pessoas vão pensar ou dizer delas.Confesso que eu já fui assim e em alguns momentos de fraqueza penso dessa forma,aliás quem não? Mas você precisa aprender que não é possível agradar a todos, da mesma forma que o que é bom para mim pode não ser para você. As pessoas criticam, te falam coisas ruins, tentam te jogar para baixo, mas cabe a você decidir se afetar ou não. Chega até a ser bem clichê, mas a verdade é essa e o maior desafio dessa tarefa é conseguir conviver bem com as críticas e até os elogios ao mesmo tempo. Na minha opinião Marcelo se apegou na ideia do que a mãe,a família e os outros pensam dele e não consegue mais ser quem é. Clara sempre disse que ele era um garoto mais fechado, mas que era uma pessoa mais fácil de conviver antes das tragédias que aconteceram na vida dele. Naquele dia eu percebi que eu não gostaria de ajudar apenas a Marcelo, mas também a todas outras pessoas que passam por dificuldades e se prendem a alguma coisa ruim ou inacabada. Falei com Gustavo sobre isso e ele gostou bastante da minha ideia e disse que seria legal eu escrever textos assim e publicar em algum lugar. Pensei em criar um blog para expor algumas ideias minhas, mas que a princípio apenas ele, Júlia e nosso grupo saberia da ideia. Meu namorado está me dando bastante apoio nessa ideia e até se arriscou a me ajudar na personalização do blog, só não começamos por agora porque já havíamos combinado de assistir um filme mais tarde. Era por isso que tinha que fazer as atividades e tarefas mais cedo. Caso eu gostasse mesmo e desse certo, eu pensaria na hipótese de divulgar para mais pessoas. Acho que antes com certeza eu não teria coragem de dividir essas coisas com ninguém, mas depois de tanta repercussão das férias minha ideia mudou bastante. Também depois de tudo como não mudaria? Estou achando até engraçado pensar em tudo agora...

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